domingo, novembro 12, 2006
"Sou do tamanho do que vejo...."
"Dói-me quem sou. E em meio da emoção
Ergue a fronte de torre um pensamento.
É como se na imensa solidão
De uma alma a sós consigo, o coração
Tivesse cérebro e conhecimento.
Numa amargura artificial consisto,
Fiel a qualquer ideia que não sei,
Como um fingido cortesão me visto
Dos trajes majestosos em que existo
Para a presença artificial do rei.
Sim, tudo é sonhar quanto sou e quero.
Tudo das mãos caídas se deixou.
Braços dispersos, desolado espero.
Mendigo pelo fim do desespero,
Que quis pedir esmola e não ousou."
Fernando Pessoa
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2 comentários:
Nao ha alma como a portuguesa quando sofre...
Nem sentimento tao profundo como a saudade.
Somos uns felizardos por termos bem perto de nos tantas coisas maravilhosas...
os poemas de Fernando Pessoa...
e em especial tudo aquilo que damos por certo na vida.
profundite....
ora nem mais!!
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