Abandono

Esquece,

os tentáculos do prisma,
desfeitos na inevitável geometria das arestas;

o estertor anelante da voz doente,
prostrado, insinuando-se à vida;

o ridículo vibrar do músculo,
vencido pelo peso de mais uma contracção;

o frémito do peito,
desfeito por pulsatilidades obstinadas;

as feras, por saciar,
alimentadas a carne viva,

e morre como se nunca existisse a Morte.