sábado, junho 10, 2006

Incapaz

Tornei-me incapaz de mim,
Para além disso sou capaz de tudo.
Não controlo tudo,
Porque não controlo parte de mim.

As partes que deveriam fazer-me,
Confundem-se no todo.
Ao etéreo ditar do nada.
São escravas. Sublimes escravas.

Tudo isto é tão benigno.
Como um qualquer mal.
Como um qualquer não poder
de mim, em mim, para mim.

Já não há mistérios a não ser o meu.
Já não há infinitos a não ser o teu.
Tornei-me ágil na ferida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Vai lá! Ao lugar mais profundo do teu coração, pueril e jovem de Ti. Vai lá, à cidade onde as mãos se tocam e as pessoas não temem, à aldeia onde se joga e nunca se perde. Vai lá, ao desfiladeiro da coragem, ao vale do sentimento. Vai lá, à liberdade que o corpo reclama e à rebelia da Razão. Vai lá!

Sorriso estampado, rosto corado. Mãos frias, coração quente. Suspiro adiado, toque desejado. Luar dourado, carinho recusado. Carne fatal, poema genial. Vai lá! Jovem rebelde, cabelo solto, corpo alegre. Mulher quente, desejo ardente. Mar exaltado, sexo apaixonado. Doce, suave e terna. Pele. Intelecto vil, anseio infame. Humildade servil, soberba infantil. Desepero profundo, esperança contagiante. Emoção rebelde, dominante. Corpo tenso que sofre. Paixão de Vida. Amor de condição. Liberdade à vista, coração! Vai lá! A ti que vives imensamente. A ti que resistes inutilmente. A ti que cantas enamoradamente. A ti que sabes infinitamente. Vai a ti, meu amor! E que a Vida te vença na Morte.